Primeiro roteiro em Mendoza.

Voltei querendo retornar. Poucas vezes fiz uma viagem com tanta vontade de voltar, por isso vou deixar aqui meu primeiro roteiro em Mendoza para te inspirar a planejar tua viagem.

Mendoza é uma das províncias mais ricas da Argentina e se divide em departamentos. Mesmo muito próspera, apenas 3% da área é cultivada, dentre os quais, 1% é plantio de uvas.

A água de Mendoza é proveniente do degelo da Cordilheira dos Andes e o restante da província não conta com irrigação para o plantio. A mata nativa é rasteira, espinhosa, típica do clima desértico. Em razão disso se diz que Mendoza é um oásis.

Porém, vamos aos vinhos e à gastronomia! Nossa paixão e maior interesse para fazer as malas.

Conheci Maipú, Luján de Cuyo e o Valle do Uco nos sete dias em que estive por Mendoza. Foram dez vinícolas em uma viagem bastante puxada, mas muito proveitosa.

Eu fui à trabalho, o que muda um pouco o ritmo da viagem. Mas, ainda assim, consegui aproveitar muito e ter momentos de lazer. Afinal, trabalhar com a GastroRosé me permite isso!

No primeiro dia conheci a região de Maipú e visitei a Olivícola da Família Zuccardi – Zuelo e a Casa Vigil El Enemigo, onde almocei. Os dois lugares são lindos e imperdíveis!

Uma manhã na Zuelo é suficiente para fazer o passeio e a degustação de azeites. Tirar o resto do dia para curtir a Casa Vigil é bem gostoso, o lugar é badalado e de muita gente bonita!

Na manhã do segundo dia fui para Luján de Cuyo para conhecer a Viña Cobos. De lá fui à Bodega Vistalba para o Azafrán Resto. Após o almoço fomos para a Susana Balbo Wines.

Esse dia me arrependi de marcar três visitas. A degustação na Viña Cobos estava incrível e precisei sair antes do passeio pela sala de barricas, não consegui almoçar tranquilamente no Azafrán Resto e a visita na Susana Balbo no final do dia ficou um pouco cansativa. Numa próxima, não farei isso.

No terceiro dia optei por dar uma pausa e conhecer um pouco da cidade de Mendoza. Tem praças lindas e restaurantes muito bons. Almocei no Anna Bistrô e jantamos no Jardines de Francesco. Tomei café da tarde com espumante no Park Hyatt em frente à Plaza Central.

Voltando à programação do vinho, o quarto dia foi em Luján de Cuyo na Bodega Lagarde. Talvez tenha sido o passeio que mais gostei, por causa do ambiente do restaurante e da comida deliciosa. Almoçamos embaixo de uma amoreira centenária, ao lado dos vinhedos orgânicos da bodega.

De lá, fizemos um pequeno passeio na montanha!

No quinto dia fui ao Valle do Uco para conhecer a Zuccardi Piedra Infinita e almoçar na Alfa Crux.

Todas as vinícolas precisam de reserva prévia, mas especialmente a Zuccardi Piedra Infinita é muito disputada. Ela foi eleita por três vezes consecutivas como melhor vinícola do mundo pela World’s Best Vineyards. Não vá até lá sem fazer reserva para não se frustrar.

Eu queria ter ficado mais tempo por lá curtindo o visual, mas tinha compromisso na Alfa Crux, que também tem uma visual e restaurante de tirar o fôlego no Valle do Uco.

O último dia foi de surpresas, a ideia era descansar e curtir um pouco mais o hotel, mas recebi dois convites bem especiais. Conheci em Luján de Cuyo a Belasco de Baquedano, vinícola que tem a maior Sala de Aromas das Américas e onde fui recebida pela enóloga Lizy Bordin Spigatin.

Depois almocei na Penedo Borges Bodega Boutique, onde fui recebida pelo sócio Jorge Cahiza, pelo chef Matias Castejon e pela responsável de hospitalidade Paula Garcia Loubet.

DICAS IMPORTANTES DA ANA:

  • Escolha no máximo duas vinícolas por dia para aproveitar. Todas tem ambientes lindos e as que contam com restaurante merecem umas horas a mais na programação.
  • Os Menus de Pasos costumam ser bem servidos. Se você não come muito, uma boa ideia é escolher à la carte para não se tornar desagradável. O turismo é muito enogastronômico e pode acabar cansando um pouco teu paladar conforme a programação.
  • Ficar em um hotel no centro da cidade de Mendoza te permite conhecer as praças e restaurantes caminhando e é ótimo para ir até as vinícolas da região de Maipú e Luján de Cuyo. Você consegue ir também para o Valle do Uco – é mais distante, mas vale muito.
  • Contrate um motorista. Tua segurança vale muito e é a melhor opção para aproveitar os vinhos sem se preocupar. Lembre sempre – se beber, não dirija! Além disso, eles conhecem as distâncias e as localizações das vinícolas para te ajudar a organizar melhor o itinerário.
  • Eu contratei um motorista (também chamado de remi por lá) do Leonardo Vendimia, que me foi muito bem recomendado. Mauricio Rodriguez foi perfeito na viagem. Educado, culto, responsável e atencioso. Além de excelente fotógrafo. Contato: +54 9 2615 45-0651.
  • Tome muita água. Mendoza é bastante quente e de clima seco. Se hidratar é essencial, especialmente ao tomar vinhos. Um creminho para o rosto e mãos também faz bem!
  • Atente-se às restrições decorrentes da pandemia. Especialmente na parte área há algumas exigências para ingresso e permanência na Argentina, bem como para retorno ao Brasil.

Pretendo voltar em breve para conhecer outras vinícolas. O enoturismo e a enogastronomia de Mendoza são muito desenvolvidos e tudo que conheci foi de excelente qualidade.

Sou suspeita porque é um dos meus programas favoritos e foi uma viagem perfeita para unir beleza, bons vinhos e gastronomia, mas se você chegou até aqui, vai amar!

Os vinhos de todas as bodegas são excelentes e, é claro, variam conforme a faixa de preço de cada vinícola. Desde os vinhos de entrada até os vinhos premium de alta gama que provei, todos aprovadíssimos. Por isso, me ative em contar mais da experiência do que dos rótulos.

Me conta nos comentários se te deixei com vontade de ir para alguma das bodegas. E se quiser, fique à vontade para me perguntar mais detalhes. Adoro compartilhar!

Por Ana Carla Wingert de Moraes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.